sábado, 8 de abril de 2017

V. YIN YANG

“Uma vez yin, uma vez Yang, eis o Tao.”

Estes termos significam literalmente: o lado da montanha que fica na sombra (Yin) e o lado da
montanha que fica virada para o sol (Yang). A montanha é a mesma, mas possui as duas
qualidades: claridade e sombra / figura e fundo / positivo e negativo.
No sentido primitivo se encontra a idéia de polaridade, de oposição, onde o Yang expressa o
papel ativo, dinâmico e masculino e o Yin o papel passivo, estático e feminino.
A filosofia chinesa desenvolveu e generalizou estes termos a toda natureza, mostrando que o
princípio de oposição se encontra em todas as partes e que é, por assim dizer, a origem de toda
manifestação, manifestação esta que por sua vez contém, em proporções variáveis ambos os
princípios, dos quais um deles se sobressai, se destaca, porém só temporariamente, para dar lugar
ao predomínio do contrário.
A mutação dos fenômenos naturais mostra a alternância Yin Yang e mostra também o
mecanismo que opera em seu interior:
Yang contém o Yin, Yin contém o Yang. Cada um tem o seu oposto dentro de si. O oposto
crescerá lentamente até destruir o seu hóspede: Yin haverá se transformado em Yang e vice-versa.
E neste momento o processo inverso já começa a ocorrer.
A teoria Yin Yang pressupõe:
- Oposição e interdependência: todas as coisas e fenômenos no mundo natural contém os
dois componentes opostos (Exemplo: fora/dentro, dia/noite).
- Crescimento e desvanecimento relativos: apesar de oporem-se um ao outro e dependerem
um do outro para sua existência, não estão estagnados, mas num estado dinâmico (Ex:
variações climáticas).
- Transformação: se transformarão um no outro sob certas condições (Ex: o frio excessivo
queima).
Exemplo: o dia e a noite.


Yin e o Yang “são como os lados diferentes mas inseparáveis de uma moeda, os pólos de um
magneto ou a pulsação e o intervalo em qualquer vibração. Não existe a possibilidade final de um
dos dois lados vencer o outro, pois assemelham-se mais a amantes em embate corporal do que
inimigos em luta. Contudo, é difícil, com a nossa lógica, perceber que ser e não-ser são
mutuamente geradores, pois o incomensurável e ilusório terror do homem ocidental está em que o
nada seja o fim permanente do universo. É difícil para nós, perceber que o vazio é criativo, e que o
ser provém do não ser, assim como o som provém do silêncio e a luz do espaço”.



Ter em mente que esta idéia de oposição Yin/Yang NÃO é maniqueísta (Maniqueísmo:
doutrina que se funda em princípios opostos, bem e mal).
A compreensão do Tao passa pela aceitação dos opostos no mundo dos fenômenos, SEM
ATRIBUIÇÃO DE VALOR, apenas como um atributo da mutação. O que é bom ou mau não é
Yin ou Yang, mas o equilíbrio ou desequilíbrio que podem existir entre eles.


“Na própria origem do pensamento e sentimento chinês
reside o princípio da polaridade, que não deve ser confundido com
as idéias de oposição ou conflito. Nas metáforas de outras
culturas, a luz está em luta com a escuridão, a vida com a morte, o
bem com o mal e o positivo com o negativo e, assim, o idealismo
de cultivar o primeiro e livrar-se do último floresce em grande
parte do mundo. Para a forma tradicional do pensamento chinês,
isso é tão incompreensível quanto a corrente elétrica sem os pólos
positivo e negativo, pois a polaridade é o princípio de que positivo
e negativo, norte e sul, constituem diferentes aspectos de um
mesmo sistema, e o desaparecimento de um dos dois implicaria o
desaparecimento do sistema”.

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