domingo, 9 de abril de 2017

Tratamento Artrose joelho com ventosas

 Tratamento Artrose joelho  com ventosas

Tratamento: Artrose Joelho. ▪
Ventosa Flash ao redor da patela.
Ventosa deslizante lateral a patela.
▪ Ventosa fixa com movimentos:
Pontos  E35, BP10, E36, BP9, meio da patela e B54.

E35 e E36



BP9  e BP10














B54

sábado, 8 de abril de 2017

OS TRÊS TESOUROS

Essência (jing), forma (qi) e espírito (shen) – as 3 energias elaboradas Zang
a) Thin

o thin de uma UE resulta da união da sua energia própria, da do acoplado, da que vem através
do ciclo de geração e de controle.
thin é a energia que produz todas as transformações bioquímicas e enzimáticas que vão gerar as
essências dos órgãos e vísceras.

seu excesso é armazenado no Rim Yang (poupança).
para que essa energia se forme de maneira equilibrada é preciso que colaborem na sua
formação quatro energias diferentes:


Exemplo: o Thin do Estômago estaria formado por



b) Qi

é a energia produzida pelos Zang (Órgãos), que rege a “forma”, ou seja, os tecidos, pois
influencia a produção de líquido intersticial
é formado pelo Thin (energia livre derivada da função metabólica) do órgão mais os influxos
correspondentes do meio externo que tenham ação sobre o órgão em questão. Ou seja, as
energias provenientes da relação interna e as da relação com o externo.
Por exemplo: o Qi do F seria igual ao Thin do F (que depende do aporte de seu MP, mais o
aporte do seu acoplado - VB, mais o aporte do ciclo de geração - R, mais o aporte do ciclo de
controle - P) somado às energias de ressonância do movimento Madeira, ou seja, a energia
vento, primavera, a energia do sabor ácido, da cor verde, etc.

Há 5 Qi: vento, calor, umidade, secura e frio
o Qi se forma através do Thin + as frequências do meio, já que os órgãos são sintonizadores de
freqüências (energias do meio)

os 5 Qi são enviados ao Rim Yang (poupança), o Rim Yang estimula a função do Rim Yin de
produzir Água Mãe (Shén shui) que vai nutrir o tecido correspondente através de sua
interferência no líquido intersticial. Ou seja, o Qi é a única energia que interatua com o meio
intersticial, estimulando setores tissulares de uma maneira seletiva.

O Qi é a energia capaz de se relacionar com a matéria através do único vínculo possível que é a
água. É através da água que se realizam as biotransformações necessárias à nutrição celular. O
Qi de cada órgão determinará um efeito concreto eletro-químico, influenciando assim seu
terreno relacionado (por isso se diz que o qi do BP se estende à carne, o qi do P à pele e assim
sucessivamente)

O meio intersticial é comum para todas as células, o que é diferente é o aporte energético que
depende do Qi de cada órgão.
Qi do F – nutre músculos e tendões
Qi do C – nutre vasos
Qi do BP – nutre tecido conjuntivo
Qi do P – nutre a pele
Qi do R – nutre os ossos





Tanto o Thin (energia livre produzida pelas vísceras) quando o Qi têm 3 funções básicas:
a) fornecer energia ao seu acoplado.
b) fornecer energia ao MC através dos meridianos distintos para que o MC cumpra as funções
imediatas (o ciclo de controle e geração é coordenado pelo MC).
c) enviar a energia excessiva através dos vasos reguladores, principalmente o Ren (mar de qi) e Du
Mai (mar de thin), para o Rim Yang para acumulação.




c) Shen

Energia psíquica: conjunto de emoções, comportamentos, atitudes.
Resultante da combinação do Jingshen (personalidade essencial primária: união do zhong mais
o conjunto de todos os Qi), que combina-se com mais o Qi específico de cada órgão.

O conjunto dos Qi (resultantes de todas as influências bioenergéticas endógenas e todas as
influências do meio), somado à energia zhong (ancestral), se unem no Rim Yang, criando uma
energia capaz de reagir de acordo com os caracteres genéticos herdados, formando as aptidões
e o caráter do indivíduo, sua personalidade básica: Jing Shen.

O Jing Shen é formado por uma parte invariável (zhong – energia ancestral) e uma parte
variável (conjunto do qi). Na tenra idade predomina a energia do Céu Anterior (ancestral), pois
está praticamente intacta, para mais tarde ir predominando a energia do Céu Posterior (Qi).

O Jinshen reage com o Qi próprio de cada órgão através do Ren Mai (“mar dos órgãos” que
transporta o zhengqi até eles) se manifestando de diferentes formas, dependendo do órgão
relacionado:

Jingshen + Qi Gan (F) = Shen Houn – Imaginação, alma vegetative, alma do general
Jingshen + Qi Xin (C) = Shen Thân – Conhecimento, alma do imperador: conecta céu e terra.
Jingshen + Qi Pi (BP) = Shen Yi – Reflexão, aplicação do conhecimento na terra.
Jingshen + Qi Fei (P) = Shen Po – Sensibilidade, alma sensitiva, alma do poeta.
Jingshen + Qi Shén = Shen Zi – Força de vontade.

Por isso alterações dos órgãos levam a alterações na mente:
Rim débi produz medo, insegurança, perda da vontade.
Pulmão débil produz melancolia, tristeza, depressão, pessimismo.
Baço débil produz ansiedade yin, com obsessão, preocupação.
Coração débil produz labilidade emocional, euforia, esquizofrenia.
Fígado débil produz ansiedade yang, com irritabilidade, competitividade, irrascibilidade.

todos os influxos bioenergéticos e informações que recebemos a partir de nossa atividade vital
são coletados pelo MC, inclusive os emocionais (todos os shen se reúnem no MC). O MC trata
de processar os influxos emocionais e enviar o útil ao coração, órgão que rege o Thân
(consciência) e o Xue. Quando o MC está ocupado em neutralizar um excessivo estímulo
emocional acontece uma diminuição na atividade defensiva ou neutralizante dos fatores
exógenos, tornando o indivíduo mais propenso a desequilíbrios e diminuindo sua vitalidade.

O Coração harmoniza os 5 Shen e o MC controla as energias do sistema.

Capacidade própria de cada Shen:
Thân: reconhecimento da própria imagem no mundo e reconhecimento do mundo de forma
adequada, quando se desajusta há distorções na consciência, na auto-imagem e na
interpretação da realidade (esquizofrenias, psicoses)
Yi: capacidade de captação do mundo para adaptar ao organismo, elaboração e integração da
informação
Po: captação da perda, separação e ausência
Zi: captação do perigo, garantia de sobrevivência
Houn: movimento de adaptação física e emocional ao perigo, resposta emocional ao meio

Transtornos típicos de cada Shen (lesão de cada terreno leva a):
Thân – psicoses, esquizofrenias
Yi – Transtornos obsessivo-compulsivos
Po: transtornos depressivos
Zi: transtornos fóbicos
Houn: transtornos de ansiedade

O transtorno de natureza psíquica sempre implica uma alteração que implica:
1) o Zang afetado
2) a UE que o controla,
3) o Coração (que coordena o psiquismo e a consciência)
4) o Mestre do Coração (que é o processador central das energias).
Por exemplo: uma alteração em Baço-Pâncreas seria associada a uma alteração em Fígado e
juntamente em Coração e Mestre do Coração.
O tratamento deverá levar em conta todas as unidades envolvidas e o progresso da enfermidade,
que segue as fases Neurótica (alteração do MC), Ansiosa (alteração de BP e/ou F), Depressiva
(alteração de P) e Psicótica (alteração de C e R).

ENTES VITAIS

Princípio de Lao-Tsé
“O tao gera o um.
O um gera o dois.
O dois gera o três.
O três gera todas as coisas.
Atrás de todas as coisas há a escuridão
e elas tendem para a luz,
e o fluxo da força dá-lhes harmonia.”
(Tao Te King – XLII)




O Um: é a singularidade inicial (T´Chi), princípio universal primário. Matéria e energia são
uma mesma coisa com diferentes estruturas moleculares (quando mais peso molecular, mais yin;
quanto menos peso molecular, mais yang). Matéria e energia são a mesma coisa em diferentes
estados de concentração, isso permitiu criar a bomba atômica, permitiu usar energeticamente a
matéria.
O Dois: o Um ou se manifesta, ou está em estado latente (energia cinética ou potencial,
movimento ou repouso). A unidade se manifesta na dualidade, pois só conhecemos através de
comparação, do reconhecimento dos opostos, ou da dualidade: yin yang.
O Três: os opostos geram “vento”, ou seja dinamização, movimento, transformação, mudança.
Vento frio gera umidade. Vento quente gera secura. Umidade e a secura darão origem aos 10.000
seres.
A partir desta constatação de Lao-Tzé, podemos inferir três etapas universais:
- etapa térmica: bipolarização (o dois)
- etapa dinâmica: dinamização (o três)
- etapa hídrica: transformação (os dez mil seres)



Os 10.000 seres
Quem são os dez mil seres?
a) Entes vitais: aqueles capazes de absorver, transformar e emitir energia (assimilação,
absorção e drenagem), ou seja, animais, vegetais, o homem, etc.
b) Entes não vitais: aqueles que não tem capacidade de homeostase com o meio, tem energia
potencial mas não manifestam, por exemplo os minerais.
c) Entes mistos: vírus, que não tem capacidade vital se não parasitam, ou seja, por si só não são
entes vitais, se tornam vivos quando absorvem energia da célula. Para a MTC o vírus não é um
microorganismo, ele é uma substância não vital que adquire características vitais parasitando o
organismo vivo.
Portanto o homem é um ente vital capaz de assimilar, absorver e transformar as energias do
cosmos.


As 5 energias do cosmos

Wai qi é o nome que se dá a qualquer energia externa que incide sobre o organismo. Se são
energias climaticas, se denominam Liu qi. São elas: calor, umidade, frio, vento, secura.
Quando essas energias penetram a camada defensiva, se transformam em Liu xie, um corpo
estranho ao sistema.
Liu Xie é nome que se dá às energias climatológicas (calor, umidade, frio, vento, secura) que
penetram no interior, sendo uma energia estranha ao corpo e que deverá ser metabolizada,
aproveitada ou excretada. O homem tem uma estrutura de canais de energia que absorve e
neutraliza esta influência na tentativa de manter a homeostase.
O equilíbrio fisiológico humano se realiza, em um primeiro estágio, através da função
termogênica, isto é, a regulação entre o frio e o calor. Vento, umidade e secura são energias
derivadas da função frio-calor, com as quais vão se combinar nos processos patológicos.
Assim os Movimentos Fogo e Água, responsáveis pelo calor e frio, vão ser os eixos
fundamentais do sistema energético. O restante dos movimentos serão intermediários desta
função.
O homem vai manter sua homeostase graças a um sistema de planos energéticos, encarregados
de manter este equilíbrio térmico, dinâmico e hídrico.

LEI DOS CINCO MOVIMENTOS (OU A GRANDE REGRA)

Os Cinco Movimentos (ou Cinco Elementos) são símbolos tomados da natureza que
representam o equilíbrio e a interrelação que existe em tudo que está entre o Céu e a Terra, relação
existente tanto no micro quanto no macrocósmico.
No homem enquanto microcosmo, proporciona um esquema para a compreensão da
fisiologia, as relações orgânicas, viscerais, psíquicas, etc. E também as suas relações com o
macrocosmo, ou seja, a influência das estações, sons, cores, movimentos cósmicos, etc

Os Cinco Movimentos vão reger regras de ação mútua, de ajuda, de neutralização, de
inibição ou controle, para permitir alcançar a harmonia.
a) Correspondências (aspectos regidos pelos 5 movimentos)


Por abstração as cinco categorias foram e são até hoje então utilizadas para explicar e
sistematizar o universo todo e inserido a ele o Homem.
“Seu princípio de ordem era o da correlação por analogia. Sua teoria subjacente
era que coisas da mesma espécie energizam umas às outras. (...) Não havia necessidade
de pressupor um criador por trás da manifestação. A visão era orgânica; dentro de cada
coisa em si mesma está sua vida, seu tao energizante. E, como por ressonância,
influências mútuas tocavam os princípios vitais atuantes de todas as coisas, de maneira
que em todo o universo ressoava uma maravilhosa harmonia cujas leis, como as da
música, poderiam ser descobertas e experienciadas com admiração”.
Algumas das correspondências, ou terrenos, regidos pelos 5 Movimentos estão listados na
tabela a seguir:



Ao ciclo que controla chamamos de Ciclo de Controle, Dominação ou Inibição (Ciclo Ke),
ou ainda Avô-Neto:

Os dois ciclos garantem a manutenção há harmonia sem predomínio de nenhum
Movimento. Eles são fisiologicamente corretos.
c) Ciclos patológicos maiores (T'cheng e Wu)
Os Ciclos patológicos maiores demonstram um desequilíbrio e desarmonia no sistema. Um
dos Movimentos, por estar desequilibrado, prejudica os que a ele estão sujeitos. Relacionam-se a
um problema nos Ciclo de Controle (ou Ciclo Ke), causado por excesso de um Movimento sobre os
outros.
O Ciclo T´Cheng equivale ao Ciclo de Controle, mas de uma maneira exagerada, por isso é
também chamado Ciclo de Invasão. Um dos Movimentos por estar em excesso domina demais
ao que deveria estar controlando, inibindo-o excessivamente.
Exemplo: Fogo em excesso domina Metal que fica em vazio

e) Seis Possibilidades da evolução da enfermidade nos 5 movimentos
1) a enfermidade é própria de uma unidade energética de um movimento
2) a enfermidade é transmitida ao acoplado no mesmo movimento
3) a enfermidade segue pelo ciclo de invasão (T´Cheng) a outro movimento
4) a enfermidade é transmitida pelo ciclo de inversão (Wu) a outro movimento
5) a enfermidade é transmitida de mãe a filho (Mu-Zi)
6) a enfermidade é transmitida do filho para a mãe (Zi-Mu)

Exemplo para uma situação de plenitude:



Exemplo para uma situação de vazio:


Neste caso o elemento debilitado permite o contradomínio (Wu) por parte do Pulmão e o
sobredomínio (T’cheng) por parte do Rim; não pode alimentar seu filho e esgota à sua mãe.
Em este exemplo e em outros podemos perceber que uma mesma sintomatologia básica pode
relacionar-se com diversos agentes etiológicos. Daí se deduz que:
a) Não existem fórmulas de tratamento, já que os pontos a serem utilizados variarão
consideravelmente em função dos fatores etiológicos.
b) Não existe especialização. A íntima relação e o intercâmbio constante das 12 unidades
energéticas, mediante os ciclos da pentacoordenação, exige, se o desejo é aplicar um tratamento
correto, estudar e compreender ao homem como um todo integrado e não como a soma de suas
partes.
c) É necessário conhecer, profundamente, os sistemas de diagnóstico e a
sintomatologia para realizar uma acupuntura racional, o que explica que com demasiada
freqüência os terapeutas se limitem a tratamentos antiálgicos que conseguem apenas um alívio
sintomático e raras vezes um reequilíbrio real. É preciso ver o bosque (síndrome) e não a
árvore (sintoma) em primeira instância.

PATOGÊNESE BÁSICA

1) Os 4 demônios (Xie)
- Xie zhong (ancestralidade, predisposição) – como me constituo
- Xie shen (fator emocional) – como me relaciono
- Xie gu (fator dietético) – como me alimento
- Xie liu (fator climático-ambiental) – como e onde vivo



2) O Zheng
É a Energia Verdadeira, ou seja, a soma de todas as energias (yuan, zhong, rong, wei, qi,
thin). É o que se opõe continuamente aos quatro xie.


3) Vazio-Plenitude/Xu-Shi
Representa a dialética zheng-xie, a dialética entre o fator patogênico e a energia vital (luta
entre as 4 energias e os 4 demônios).
Daí temos várias situações possíveis:
a) Zheng forte, Xie fraco = saúde
b) Zheng forte, Xie forte = Shi, plenitude (luta entre patógenos e antipatógenos =
hiperatividade)
c) Zheng fraco, Xie forte = Xu, vazio (predomínio de xie = hipoatividade)

Por isso em MTC nem sempre sintomas agudos são considerados mau prognóstico, já que
podem representar um zheng forte em luta contra o xie. Enquanto a cronicidade implica uma
energia vital fraca por parte do organismo.

O HOMEM ENQUANTO TRANSFORMADOR DE ENERGIA

Como vimos, “o Universo é um organismo vivo e dinâmico, constituído de uma energia
cósmica primordial da qual derivam, por condensação e diferenciação, todas as coisas existentes. O
organismo humano é uma réplica do Universo e como tal está sujeito às mesma leis que regem a
Natureza. Deste modo o corpo humano não apenas ‘CONTÉM’ energia: ele ‘É’ energia manifestada
como matéria sólida viva”.
Como tal, ele está sujeito às leis do Tao, podendo ser considerado como um microcosmo
inserido no macrocosmo.
“O Homem responde ao Céu e à Terra”

O homem possui unidade enquanto microcosmo: todas as partes ou componentes
do corpo humano são inseparáveis de cada uma das outras estruturas; relacionadas, subsidiárias e
condicionais umas às outras em fisiologia, e de determinada influência umas com relação às outras
em patologia.
O Qi (energia) e o Xue (sangue) são o que chamamos de “Tao Vital”; ou seja, do Yin e Yang
no homem. Sendo a energia a substância menos material e o sangue o mais material (sangue é
energia materializada). Ambos estão sempre juntos e devem manter o equilíbrio yin yang.
O homem possui unidade com o macrocosmo (a natureza, o meio em que vive): o
homem vive na natureza e a tem como condição indispensável para a própria vida, portanto, ele é
influenciado diretamente ou indiretamente pelos movimentos e mudanças da natureza (período do
dia, condições geográficas, clima, estações, etc.) à qual ele é obrigado a dar respostas fisiológicas e
patológicas correspondentes.
As partículas subatômicas implicadas em todo processo bioquímico somente podem dar ou
receber influxos energéticos de tipo foto-eletro-magnético. Isso demonstra a relação indissolúvel
entre o ser humano e seu meio.
Atuando sobre os campos energéticos podemos prevenir as alterações bioquímicas
consequentes a um desequilíbrio de polaridades. E mais ainda, s verdadeira cura de qualquer
processo patológico passará pela regulação e harmonização da energia humana, veiculada através
dos canais energéticos e transmitida através do sistema nervoso.
Este é o fundamento da terapêutica por acupuntura, e de todas as medicinas que consideram a energia como princípio integrador e gerador de toda estrutura físicoquímica.


SISTEMA ZANG FU E CANAIS DE ENERGIA

A teoria do Yin Yang está incorporada em cada aspecto do sistema
teórico da MTC. É usada para explicar os tecidos e estruturas, fisiologia e
patologia do corpo humano, e a dirigir o diagnóstico clínico e o tratamento.
Como percebemos, o homem pode ser considerado um
transformador de energia e essa transformação, elaboração e circulação de
energia no homem é executada através da atividade combinada e
harmônica de órgãos e vísceras (sistema zang-fu), canais e colaterais.
Os órgãos e vísceras não devem ser compreendidos no sentido
estrito, mas como unidades energéticas, ou seja, unidades de
processamento que desempenham várias tarefas. O nome idêntico ao dos
órgãos ocidentais pode dar a noção errada de correspondência entre a
noção oriental e ocidental, mas isso não acontece de fato. Por isso
precisamos estar atentos para o fato de estarmos falando de um conjunto de
atributos e funções e não exatamente do órgão anatômico.
Fu: são as “oficinas”, onde se fabrica e cria a energia a partir de aportes externos. As
vísceras tem a função de manter a homeostase com o meio, proteger o órgão (acoplado) do
elemento climatológico correspondente, degradar alimento e gerar energia que vai aos órgãos
(zang). São em geral ocas e muito ativas. E por todas essas características são consideradas “Yang”.
São elas:
Vesícula Biliar (Dan)
Intestino Delgado (Xiao Chang)
Triplo Aquecedor (Sanjiao)
Estômago (Wei)
Intestino Grosso (Da Chang)
Bexiga (Pang Guang)

Zang: são os órgãos “tesouro”, também denominados armazéns, onde a energia fornecida
pelas vísceras é recepcionada, administrada e metabolizada pra a função que lhe é própria. Os Zang
regem a estrutura psico-física através da sua energia específica (Qi). Em relação com as vísceras
tem função de natureza “Yin”. São eles:
Fígado (Gan)
Coração (Xin)
Mestre do Coração (Xin bao) – também denominado Pericárdio ou Circulação-Sexo
Baço-Pâncreas (Pi)
Pulmão (Fei)
Rim (Shén)

Cada um deles tem ao longo do corpo humano trajetos energéticos aos quais regem e levam
seu nome, são os Canais (ou Meridianos de energia) e os Colaterais.
Mas o movimento não é possível sem a união yin-yang, portanto a todo yang lhe
corresponde um yin para que possa acontecer o movimento e a mutação. Assim os órgãos e
vísceras se combinam em pares yin-yang, também chamados de “acoplados”:
O Fígado se complementa com a Vesícula Biliar
O Coração com o Intestino Delgado
O Mestre do Coração com o Triplo Aquecedor
O Baço-pâncreas com o Estômago
O Pulmão com Intestino Grosso
O Rim com a Bexiga

Através do acoplamento yin-yang surgem os Cinco Movimentos que serão vistos mais adiante.
A circulação energética seguirá a ordem de um a outro, de um Yin a um Yang que o complementa, e
daqui a outro movimento, cumprindo os princípios de alternância energética.

Quando conseguirmos compreender e interpretar a alternância yin-yang na circulação, aí
teremos os dados necessários para tentar estabelecer um equilíbrio básico e primário que nos
permita um harmonioso fluir entre órgãos e vísceras.
E assim o Nei Jing nos especifica como primeiro princípio de tratamento:
“Se a enfermidade pertence ao yang, tratar o yin.
Se a enfermidade pertence ao yin, tratar o yang”.
Todas as situações podem ser resumidas a este sistema dual.


V. YIN YANG

“Uma vez yin, uma vez Yang, eis o Tao.”

Estes termos significam literalmente: o lado da montanha que fica na sombra (Yin) e o lado da
montanha que fica virada para o sol (Yang). A montanha é a mesma, mas possui as duas
qualidades: claridade e sombra / figura e fundo / positivo e negativo.
No sentido primitivo se encontra a idéia de polaridade, de oposição, onde o Yang expressa o
papel ativo, dinâmico e masculino e o Yin o papel passivo, estático e feminino.
A filosofia chinesa desenvolveu e generalizou estes termos a toda natureza, mostrando que o
princípio de oposição se encontra em todas as partes e que é, por assim dizer, a origem de toda
manifestação, manifestação esta que por sua vez contém, em proporções variáveis ambos os
princípios, dos quais um deles se sobressai, se destaca, porém só temporariamente, para dar lugar
ao predomínio do contrário.
A mutação dos fenômenos naturais mostra a alternância Yin Yang e mostra também o
mecanismo que opera em seu interior:
Yang contém o Yin, Yin contém o Yang. Cada um tem o seu oposto dentro de si. O oposto
crescerá lentamente até destruir o seu hóspede: Yin haverá se transformado em Yang e vice-versa.
E neste momento o processo inverso já começa a ocorrer.
A teoria Yin Yang pressupõe:
- Oposição e interdependência: todas as coisas e fenômenos no mundo natural contém os
dois componentes opostos (Exemplo: fora/dentro, dia/noite).
- Crescimento e desvanecimento relativos: apesar de oporem-se um ao outro e dependerem
um do outro para sua existência, não estão estagnados, mas num estado dinâmico (Ex:
variações climáticas).
- Transformação: se transformarão um no outro sob certas condições (Ex: o frio excessivo
queima).
Exemplo: o dia e a noite.


Yin e o Yang “são como os lados diferentes mas inseparáveis de uma moeda, os pólos de um
magneto ou a pulsação e o intervalo em qualquer vibração. Não existe a possibilidade final de um
dos dois lados vencer o outro, pois assemelham-se mais a amantes em embate corporal do que
inimigos em luta. Contudo, é difícil, com a nossa lógica, perceber que ser e não-ser são
mutuamente geradores, pois o incomensurável e ilusório terror do homem ocidental está em que o
nada seja o fim permanente do universo. É difícil para nós, perceber que o vazio é criativo, e que o
ser provém do não ser, assim como o som provém do silêncio e a luz do espaço”.



Ter em mente que esta idéia de oposição Yin/Yang NÃO é maniqueísta (Maniqueísmo:
doutrina que se funda em princípios opostos, bem e mal).
A compreensão do Tao passa pela aceitação dos opostos no mundo dos fenômenos, SEM
ATRIBUIÇÃO DE VALOR, apenas como um atributo da mutação. O que é bom ou mau não é
Yin ou Yang, mas o equilíbrio ou desequilíbrio que podem existir entre eles.


“Na própria origem do pensamento e sentimento chinês
reside o princípio da polaridade, que não deve ser confundido com
as idéias de oposição ou conflito. Nas metáforas de outras
culturas, a luz está em luta com a escuridão, a vida com a morte, o
bem com o mal e o positivo com o negativo e, assim, o idealismo
de cultivar o primeiro e livrar-se do último floresce em grande
parte do mundo. Para a forma tradicional do pensamento chinês,
isso é tão incompreensível quanto a corrente elétrica sem os pólos
positivo e negativo, pois a polaridade é o princípio de que positivo
e negativo, norte e sul, constituem diferentes aspectos de um
mesmo sistema, e o desaparecimento de um dos dois implicaria o
desaparecimento do sistema”.

CONCEITO DE ENERGIA (T´Chi)

CONCEITO DE ENERGIA (T´Chi)

Ideograma geralmente usado para simbolizar o T’Chi: tem o significado de
“respirar”, ou “ar”.



Outro significado seria o de “um grão de arroz sendo cozido, com seu vapor subindo
para o céu”. O arroz simboliza o elemento material, “Yin”; e o vapor como algo
intangível, que sobe para o céu “Yang”.




Este ideograma representa um recipiente sobre o fogo, como uma panela na qual está
fervendo água sobre uma chama. Este ideograma é ideal para representar o T’Chi, já
que assim como a água ele pode estar em vários estados. É uma metáfora da
transformação poderosa que o T’Chi pode sofrer.

“Podemos dizer que tudo o que existe no universo, orgânico e inorgânico, é composto e
definido por seu T’Chi, que pode ser pensado como matéria a ponto de se tornar energia ou como
energia a ponto de se tornar matéria. Só que para os chineses essa questão conceitual não se
coloca; o T’Chi é percebido funcionalmente – pelo que faz”.
Ou seja, o T’Chi é um conceito que procura descrever múltiplos processos de oscilação.

T’Chi não é uma substância, nem possui o significado puramente quantitativo do
nosso conceito científico de energia. É usado na medicina chinesa de maneira muito sutil,
para descrever os diversos padrões de fluxo e flutuação no organismo humano, bem
como as contínuas trocas entre o organismo e seu meio ambiente. T’Chi não se refere ao
fluxo de alguma substância em particular, mas parece representar o princípio do fluxo
como tal, que, na concepção chinesa, é sempre cíclico”.

Marcelo Gleiser, físico moderno, dá uma maravilhosa definição de energia: “Energia não é
uma substância, não é visível u invisível. A definição que eu considero mais adequada é que energia
é uma medida de transformação, que pode ser aplicada ao movimento, à luz, ao som, ao
magnetismo, às reações químicas (como a digestão de alimentos ou a queima de gasolina), enfim, a
qualquer processo natural que envolva alguma mudança ou a possibilidade de uma mudança. (...)
Durante o século XIX ficou claro que a energia tem uma propriedade fundamental: a sua
conservação. Energia não pode ser criada ou destruída, apenas transformada. Em qualquer
processo natural a quantidade total de energia é a mesma antes e depois, mesmo que ela tenha se
transformado completamente. (...) Esta visão de perpétua transformação na natureza é, a meu ver,
profundamente bela. Tudo o que observamos, e mesmo o que é invisível aos nossos olhos e
sentidos, reflete, de alguma forma, uma transformação de energia.”
O visível e o invisível, são diferentes aspectos de manifestação do T’Chi. A energia é uma e
múltipla, em função de suas manifestações. A estes opostos os chineses chamaram Yin Yang. É
somente através deles que conseguimos apreender e conhecer o mundo:
“Só temos consciência do belo
Quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom
Quando conhecemos o mau
Porquanto o Ser e o Existir
Se engendram mutuamente
O fácil e o difícil se completam
O grande e o pequeno são complementares
O alto e o baixo formam um todo
O som e o silêncio formam a harmonia
O passado e o futuro geram o tempo (...)”
(Tao Te Ching)

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